Mais saúde nos seus anos de vida – Promoção e Prevenção # 15

Você quer viver muitos anos e vivê-los com saúde e boa forma física? 

Você pode realizar esse seu desejo, pois você é o maior responsável por seu estado de saúde em cada ano de sua vida. Entre o conjunto de quatro fatores que afetam sua saúde ao longo da vida o seu comportamento é responsável pela metade. É isso que mostra pesquisa do Center for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos. Portanto. Não culpe a herança genética deixada por seus pais, por seu estado de saúde. A genética só responde por 20% dele. Nem culpe o meio ambiente, porque este responde por outros 20%. Nem espere que a tecnologia médica lhe garanta o estado de saúde que você deseja. A tecnologia pode curar se você ficar doente, mas ela só responde por 10% do seu estado de saúde durante sua vida.

É o seu comportamento que molda seu estado de saúde, tanto o atual quanto o dos seus anos de vida quando você estiver idoso. Ele vai ditar quantas vezes você vai adoecer, que tipo de doença vai te acometer, em que idade, quanto tempo vai durar e sobretudo como será sua saúde e bem estar quando você ficar idoso (e parece que é nosso desejo ficarmos idosos). Com boas atitudes você pode ficar idoso e saudável, sem sacrificar o desfrute dos prazeres da vida. Depende de você. Por isso para ter anos de vida saudável é importante não adoecer.

Tecnologia médica será responsável pelo tratamento caso você adoeça. Essa tecnologia está focada no tratamento da doença. Sabe como tratar a doença e sabe como cobrar. Mas mais importante do que tratar a doença é tratar o doente. O corpo humano é mais do que um conjunto de órgãos cada qual com sua função. É que eles atuam em conjunto, de forma articulada e integrada. Por isso, a atenção à saúde deveria estar focada no tratamento do doente. Mais do que isso, deveria ajudar as pessoas e populações a não adoecerem. É dessa forma que se ganha qualidade nos anos de vida que teremos. Precisamos desenvolver método de remunerar os profissionais que assim atuam. E de estimular outros a seguirem pelo mesmo caminho.

As pessoas são as maiores responsáveis por seu estado de saúde durante a vida. Mas elas sabem disso? Sabem quais comportamentos são prejudiciais para a saúde e quais são benéficos? Mais ainda, precisam entender por que alguns hábitos são prejudiciais enquanto outros são benéficos para a saúde, quais são os mecanismos fisiológicos de funcionamento. Esse conhecimento é essencial para que as pessoas reflitam e tenham a chance de decidir pela readaptação de seus estilos de vida. Depois da decisão tomada, elas precisam efetivamente mudar. E aqui está um grande desafio: costuma-se dizer que não é fácil mudar cultura e hábitos de vida que estão arraigados em nossos comportamentos há bastante tempo. Esse é um assunto que merece um blog específico.

Promoção da saúde e prevenção de doenças tratam exatamente dessas questões: disseminar conhecimento, mostrar caminhos, motivar para mudança para hábitos saudáveis e assim alcançar mais saúde na própria vida e na população. Há superposição entre os dois conceitos, na medida em que ambos almejam populações mais saudáveis, com menores prevalências de doenças.
Vamos distinguir prevalência de incidência. Prevalência é o percentual de pessoas em uma população que estão com uma doença em determinado período (dia, mês, ano). Incidência é o percentual de novos casos nessas mesmas unidades de tempo. Por exemplo, a prevalência da Covid-19 é o número de pessoas na população que está com a doença: 778 mil no dia 27 de dezembro de 2020 ou 0,4% da população. Corresponde ao número de infectados (7,5 milhões) descontado o número de curados (6,5 milhões) e falecidos (191 mil). Incidência é o percentual de novas infecções a cada dia. Na data referida, foram infectadas18,5 mil pessoas ou 0,009% da população. Promoção e prevenção objetivam reduzir tanto a incidência quanto a prevalência das doenças. Nisso, os dois conceitos são semelhantes.

Normalmente, associamos prevenção com a realização de exames (preventivos) antes mesmo de termos qualquer sintoma de doença. Com isso podemos detectar a doença em seus estágios iniciais, antes que deixe sequelas permanentes ou que já seja tarde demais para a cura completa. Prevenção também é vacinação contra enfermidades contagiosas, saneamento ambiental, redução da poluição. Mas é preciso algum cuidado, porque todo e qualquer procedimento médico está associado a riscos. A literatura médica vem alertando sobre os aumentos de cânceres por excesso de tomografias, especialmente em adolescentes. Os exames devem ser feitos de acordo com as diretrizes médicas. Se não houvesse riscos nos procedimentos, tomaríamos coquetéis de antibióticos diariamente, presumindo que dessa forma não contrairíamos nenhuma infecção!

A promoção da saúde, diferentemente, é dirigida a cada indivíduo e a toda a população e objetiva evitar a doença pelo incentivo à adoção de hábitos saudáveis. Este é um campo de atuação específico da Seed4Life. Vem sendo disseminada pela disseminada pela Organização Mundial da Saúde desde 1984. Dois anos depois, em novembro de 1986, em Otawa, Canadá, foi realizada a Primeira Conferência Internacional Sobre Promoção da Saúde. Vinte anos depois o Ministério da Saúde do Brasil aprovou a Política Nacional de Promoção a Saúde, pela Portaria 687.

Entre os hábitos não saudáveis estão a inatividade física, o consumo de drogas pesadas, a ingestão excessiva de álcool, a alimentação inadequada, o stress. Evitá-los é condição para o cultivo dos saudáveis e estes ainda devem incluir alimentação adequada, meditação, prática de ioga, contatos sociais e interações com a natureza. Quanto à alimentação, as evidências crescentes recomendam a migração para o consumo de alimentos naturais, integrais e frescos, produzidos sem o uso de agrotóxicos, perto do local de consumo, de produtores conhecidos e que respeitem o meio ambiente e as relações humanas de trabalho.

Com isso, como mostramos nos nossos blogs anteriores, se alcançam múltiplos objetivos: mais saúde para cada um de nós e para a população, vidas mais longas e de maior qualidade, promoção de pequenos agricultores, redução de impacto ambiental.

Fonte:  Center for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos.