Estados Unidos - saúde: maiores gastos sem melhores resultados # 18

Enviado porSeed4Life emqua, 24/02/2021 - 13:00
# 18

Let food be thy medicine and medicine be thy food.
Hippocrates, c 460-370 BCE, ancient Greek physician in the Age of Pericles known as the father of modern medicine


Os americanos, em 2019, gastaram 3,8 trilhões de dólares ou 11.582 dólares per capita com saúde.  Esse é o maior gasto per capita entre todos os países do mundo. Ainda assim, seus indicadores de saúde são piores do que os dos países europeus, como mostram as estatísticas da OMS.


Diferentes estudos mostram os vários fatores que podem explicar essa discrepância. Entre eles está o inegável fato de os americanos viverem carregados de doenças crônicas como obesidade, diabetes, hipertensão e doenças do coração. Essas levam a mais de 1,5 milhão de ataques cardíacos e a óbito 630 mil americanos a cada ano. O mais interessante é que essas doenças e seus efeitos são evitáveis. E a baixo custo.


Trazemos para reflexão dados interessantes contidos no relatório “The State of Obesity 2020”.  Esse relatório foi publicado em setembro pela Trust for America´s Health, uma organização não partidária, sem fins lucrativos, voltada para a pesquisa em saúde pública e defesa do objetivo de promover ótima saúde para todos. Ele faz da promoção da saúde uma prioridade nacional. Alerta para o percentual de obesos na população adulta (20+ anos), que passou de 26% em 2007-2008 para 40% em 2018-2019 – aumento de 14 pontos percentuais em dez anos! Na verdade, até mais do que isso, dado que esses percentuais resultam de autodeclarações, portanto subestimam o percentual, como apontado pelo próprio relatório.


Outra informação estarrecedora é o fato de a obesidade na faixa dos 2 aos 19 anos ter dobrado - de menos de 10% para quase 20% - desde o início dos anos 90. Em 2011, havia 12 estados com Índice de Massa Corporal médio, IMC, entre 30 e 35. Em 2019 já eram 23. Em 2011, nenhum estado tinha IMC acima de 35. Em 2019 já havia 12. A progressão é estonteante. 


O relatório disseca a situação de cada estado em 2019. Os dados merecem uma forte reflexão. Os maiores índice de sobrepeso e obesidade foram observados no Mississipi e em West Virginia: 72% acimado peso em ambos e desses mais de 40% com obesidade. Nada deve surpreender, portanto, que esses estados também tenham as maiores prevalências do diabetes (14,8% e 15,7% da população) e da hipertensão (quase 44% em ambos). Esses estados também são os campeões, em sentido negativo, de sedentarismo, 37,7% e 31,2% da população.


O estado campeão no sentido positivo é o Colorado, onde 59% da população está com sobrepeso e 24% são obesos. Nele, a prevalência do diabetes, de 7%, e da hipertensão, de 26%, são as menores entre todos os estados americanos. O Colorado também é campeão no percentual de pessoas que pratica atividade física, 81%, ou seja, apenas 19% são sedentárias.


O relatório menciona as Diretrizes Nutricionais Nacionais que estão em revisão. No entanto, a revisão não estaria enfatizando suficientemente a necessidade de migração para uma dieta mais rica em alimentos naturais, vegetais e frescos, com redução das proteínas de origem animal e os produtos industrializados. Comenta que o governo americano subsidia a agricultura, inclusive a produção de alimentos não saudáveis, que contribuem sobremaneira para a crise de obesidade. Recomenda direcionar subsídios especialmente para produtos saudáveis vegetais (vegetables) como legumes, verduras e frutas. Além de terem impacto positivo na saúde, eles têm menor impacto ambiental.


A Kaiser Permanente, maior operadora de planos de saúde da Califórnia, que atua intensamente na promoção da saúde de seus beneficiários, recomenda uma alimentação saudável que é atingida com uma dieta baseada em plantas, definida como um regime que encoraja alimentos integrais baseados em plantas e desencoraja carnes, laticínios e ovos bem como todos os produtos refinados e processados. Em 2013, ele enviou aos seus médicos a atualização nutricional,  que recomenda o uso de um padrão alimentar estritamente baseado em plantas, customizado para o indivíduo obeso, com diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol ato e doenças cardiovasculares.


Também apoiam um padrão alimentar com alimentos integrais baseados em plantas renomados profissionais e instituições internacionais como as Nações Unidas, a OMS, a Sociedade Americana de Câncer, a Academia de Nutrição e Diabetes, o Comitê de Profissionais pela Medicina Responsável e várias outras. 

 

Fonte: 

  https://www.cms.gov/files/document/highlights.pdf

 TFAHObesityReport_20.pdf

 https://doi.org/10.7812/TPP/12-085

How We Could Save Billions on Healthcare with Fruits and Vegetables (wedobetter.org)

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