Alimentos ultraprocessados em cantinas escolares – por que regular? # 9

Enviado porSeed4Life emqua, 09/12/2020 - 15:30
# 9

Este blog já trouxe informações sobre o aumento da obesidade em muitas sociedades do mundo. Como as evidências apontam de forma crescente as consequências da obesidade no corpo humano, temos o dever não só de alertar para o fato, mas também de apoiar medidas que visem sua redução. Será para o bem das pessoas, que poderão ter vida mais longa e mais saudável, resultando possivelmente em menores gastos com assistência à saúde.

As crianças não nascem com o paladar formado, mas ele se forma a partir de nossas experiências, desde os primeiros momentos da vida. Até mesmo a alimentação da gestante já inicia a formação da memória de paladar da futura criança, registros precoces que permanecem nos seus primeiros neurônios. A formação da memória alimentar que ocorre nos primeiros anos de vida é sólida, e poderá ser, com algum esforço, readaptada durante a vida. Por isso, é importante que a criança desenvolva, também precocemente, o paladar para um padrão alimentar saudável e as cantinas escolares têm grande responsabilidade nesse sentido.
Seria de grande utilidade pública uma legislação que determinasse restrição à oferta de alimentos pouco ou nada saudáveis nas cantinas escolares e até mesmo já existiram iniciativas estaduais isoladas.

Sabe-se do potencial nocivo que alimentos preparados com gorduras hidrogenadas, alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas têm na nossa saúde. A simples exposição visual a estes alimentos aguça as vontades das crianças e dos adultos. Se as crianças não vissem, elas poderiam saciar sua fome escolhendo um repertório de alimentos mais saudáveis. Também seria muito mais provável que manteriam esses hábitos saudáveis durante a vida adulta. Sabores e lembranças da infância, junto a emoções positivas vividas nesse período tem forte poder em guiar nossos apetites durante a vida toda.

A justificativa para um projeto desse tipo, de preferência pelo Congresso Nacional, sem prejuízo de iniciativas semelhantes pelas assembleias legislativas dos estados ou mesmo câmaras municipais, se encontra no fato bem estabelecido na literatura médica científica que a obesidade tem múltiplos fatores impulsionadores e o principal deles está em um padrão alimentar de produtos processados ou ultraprocessados, de alta densidade energética. 

Também é preciso mencionar o meio urbano, que estimula o sedentarismo e desestimula a atividade física. A obesidade em si já deve ser considerada uma doença que precisa de tratamento. Porém o mais grave é que dela se originam diversos outros problemas de saúde como diabetes, hipertensão, problemas inflamatórios sistêmicos, osteomusculares e de articulações, inclusive, com reconhecimento crescente de certos tipos de câncer.

Multiplicam-se as recomendações de pesquisadores, de entidades científicas, organizações de saúde integrativa ou medicina dos estilos de vida, do que seria uma alimentação saudável: alimentos o mais próximo possível de seu estado natural, da estação, cultivados perto do local de consumo, consumidos pouco tempo depois de colhidos, isentos de pesticidas, defensivos agrícolas. Entre os alimentos com essas características estão as frutas, verduras, raízes, legumes, castanhas, nozes e sementes. Dr. Alberto Gonzales oferece uma regra simples, fácil de ser lembrada e entendida: “prefira os alimentos que precisam ser descascados em vez de desembalados”.

A migração para alimentos com essas características permite novos modelos de produção e comercialização de alimentos, pois incentivam pequenos agricultores que podem entregar seus produtos em feiras ou até mesmo diretamente a escolas, empresas ou cooperativas de famílias. Fica clara também a redução no impacto ambiental dessas formas de produção e consumo – uma necessidade urgente, diante do aquecimento global, o desafio que a humanidade precisa resolver para que não se inviabilize a vida no planeta.
 

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