Movimento Empresa Saudável # 37

Enviado porSeed4Life emter, 31/08/2021 - 10:30
# 37

Falaremos neste blog do Movimento Empresa Saudável.


Saudável em vários aspectos: econômico-financeiro, great place to work, voltada para a sustentabilidade nas dimensões – ESG – meio ambiente, social e governança.


A empresa não alcançará todos esses aspectos se seu conjunto de colaboradores não estiver saudável. 
Costumamos dizer que notamos a importância da saúde quando ela nos falta.
Os tratamentos para recuperar a saúde, custam caro e cada vez mais caros. Essa pelo menos tem disso a experiência de todos os países durante o último meio século.


A falta da saúde compromete a disposição das pessoas, seu estado de humor, e isso contagia os colegas de trabalho, o desempenho cai, a produtividade na empresa também.
Recuperar a saúde de quem adoeceu, como todos sabemos, custa muito.
Custaria assim tanto assim evitarmos o adoecimento? Evitarmos seu agravamento? Conseguirmos sua remissão?
A medicina tende a tratar a doença, esquecendo que o ser humano é um todo integrado. Devemos tratar o doente em toda sua complexidade.


Mas, tratar a doença ou o doente é o melhor dos mundos? Não deveríamos focar na promoção da saúde e evitar o adoecimento?
Entendo que o custo dessa opção deve ser muito menor do que tratar o doente.
Afinal, é milenar a frase que diz que prevenir é melhor do que remediar.
Reclama-se do altos reajustes dos planos, mas sem não mudarmos atitudes continuaremos tendo os mesmos resultados e reclamando dos altos reajustes.


Muitos são os fatores que alimentam o crescimento dos custos da saúde. Múltiplos terão que ser os instrumentos para conter esse crescimento.
Queremos destacar um deles, que tem a ver com nossos estilos devida, e o quanto foram alterados nestes últimos 70 anos.
Podemos traçar em rápidas pinceladas as diferenças entre os tempos de criança e adolescente de 70 anos atrás e os dias atuais.
Nos anos 50, quase 80% dos brasileiros viviam no campo; hoje, bem menos de 10%.
Os alimentos postos à mesa das refeições eram frescos, viajavam pouco mais de cem quilômetros, eram produzidos sem fertilizantes químicos, não se utilizavam defensivos agrícolas, pesticidas, inseticidas. Nas ruas havia mais cavalos que carros; o ar era bem menos poluído; o uso de plásticos estava apenas em seu começo e não se falava nos microplásticos. Os alimentos industrializados estavam apenas em seus começos.


A revolução verde dos anos 50 e 60 multiplicou a produtividade agrícola. A escassez de alimentos que assombrava o mundo se converteu em abundância.
O trabalho doméstico no preparo da mesa era o de descascar, lavar e cozinhar os produtos da estação.
Mas o mundo veio mudando.
Encontram-se escritas palavras do então Ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, que aclamava a poluição porque, disse ele, onde havia uma chaminé fumegante havia também brasileiros trabalhando e produzindo a riqueza nacional.
Outros tempos!


A vida foi ficando mais corrida. Os hábitos mudaram. Menos tempo foi ficando disponível para o preparo das refeições.
Passou-se a contar com uma cesta alimentos muito mais diversificada, proveniente de várias partes do mundo, em viagens de mais de dois mil quilômetros em média. Muitos alimentos passaram para a forma de pré-preparados, industrializados, ultraprocessados, cômodos, estocáveis nas dispensas domésticas, sempre disponíveis mesmo nas entressafras, quase prontos.
Em vez de descascar, lavar e cozinhar, o serviço doméstico passou a desembalar, desenlatar, tirar as capas dos embutidos, levar para o microondas ou simplesmente abrir o saco de chips, fritas etc.
Muito mais cômodo. Poupador de trabalho. Sempre à mão. Sempre disponível em qualquer época do ano.
As sociedades tiveram ganhos com essas transformações, há que se reconhecer. E que não devem ser desfeitos.
Mas junto com essas mudanças vieram também novos problemas.


Os alimentos ultraprocessados perderam poder nutritivo durante o processamento e ganharam um sem-número de aditivos com potencial de nos causar problemas de saúde. Ou seja, nos alimentos ultraprocessados faltam nutrientes e sobram calorias e aditivos potencialmente prejudiciais à saúde.
Some-se a essa transformação alimentar os grandes aumentos de poluentes - metais pesados, particulados, microplásticos que infestam ares e mares, que ingerimos com nossos alimentos – os inseticidas, pesticidas, fungicidas que contaminam os alimentos in natura e são engolidos nas refeições.


A prática continuada desses novos estilos de vida vai gestando as doenças crônicas que se manifestam muitos anos depois.
Adoecer, senhores, não é uma fatalidade. É produto da adoção continuada de padrões de vida inadequados.
Como sabemos disso? Pelo alarmante crescimento das doenças crônicas: desnutrição; obesidade e as doenças dela derivadas; hipertensão; problemas cardiovasculares; problemas articulares; cânceres; autismo cuja prevalência aumentou quase trinta vezes em pouco mais de 30 anos.


Na natureza, nos genes, não se observam saltos dessa magnitude! As mudanças são imperceptíveis na nossa dimensão do tempo. Parece, portanto, inevitável associar a explosão de doenças crônicas a essas mudanças nas sociedades e no meio ambiente.
Essa explosão de doenças crônicas chamou a atenção até do Fórum de Davos, da OMS, de organizações das sociedades civis mundo afora, de renomadas instituições de ensino e pesquisa, como a The Lancet, Universidade de Harvard, da Califórnia etc. etc.
A quem compete liderar ou conduzir programas de revolucionar os padrões alimentares e de produção agrícola, hoje reconhecidamente entre os setores que mais contribuem para o aquecimento global, que pode inviabilizar a vida humana no planeta?


Certamente, compete a todos: pessoas, empresas, sistemas de saúde, governos.
O movimento Empresa Saudável é uma iniciativa nessa direção. É sair da simples reclamação e partir para ações. Claro que devemos mobilizar os sistemas de saúde, os profissionais,  etc. etc. etc. Mas é na empresa que milhões de trabalhadores e colaboradores fazem pelo menos uma refeição por dia.


Façamos nossa parte. Especificamente, vamos olhar para o que é servido às mesas dos refeitórios das empresas. Todos os empresários  têm consciência de que boa parte da doença é gestada na mesa de seus refeitórios?


Podemos mudar. Devemos mudar.

 

C:JDC

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