Hipertensão e estilos de vida #11

Enviado porSeed4Life emqui, 07/01/2021 - 08:00
# 11

Inúmeros artigos publicados nas mais importantes revistas de medicina do mundo reportam uma forte associação entre estilos de vida e hipertensão.


A hipertensão é um grande problema de saúde que origina doenças cardiovasculares e eleva a taxa de mortalidade. Doenças do sistema circulatório são a principal causa de morte no mundo desenvolvido, também no Brasil.


Segundo o “Health at a Glance 2019 – OECD Indicators”, houve 10,9 milhões de óbitos nos países membros da OECD em 2017, sendo quase um terço causados por problemas circulatórios e um quarto pelo câncer. Felizmente em todos esses países, exceto um, a mortalidade por problemas circulatórios caiu bastante nos 20 anos deste século. Também no Brasil, mas em percentual menor. Segundo o IBGE, doenças do aparelho circulatório respondem por quase um terço das mortes de brasileiros, enquanto as neoplasias representam um sexto do total.


O Relatório da OCDE destaca que desses 10,9 milhões de mortes, 1,9 milhão eram preveníveis/evitáveis, cabendo ao câncer quase um terço, às causas externas (violência e acidentes), um quarto; às circulatórias, quase um quinto. Além dessas preveníveis, outro milhão e cem mil (10%) eram tratáveis, cabendo às circulatórias a maior parte, 36%; ao câncer, 26% e ao diabetes, 9%.
A hipertensão tem grande responsabilidade pelas doenças do sistema circulatório, que são a primeira causa de mortes no mundo desenvolvido. Segundo artigo publicado no Journal os The Royal Society of Medicine – Cardiovascular Disease (JRSM), a hipertensão é causa primária de 51% das mortes por AVC e 45% por cardiovasculares. Informa ainda que a prevalência da hipertensão na população adulta na OCED vai de 30% a 54% na população adulta. No Brasil, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2019), recentemente divulgada, 23,9% dos maiores de 18 anos tem diagnóstico médico de hipertensão, prevalência essa que aumenta com a idade. Enquanto atinge 2,8% dos jovens de 18 a 29 anos, nos maiores de 75 ela atinge 62,1%.
A hipertensão precisa ser tratada. É a forma de se reduzir a mortalidade por essa causa. Há duas linhas de cuidados, uma que baseada em medicamentos e outra por intervenções não farmacológicas. Enfatizaremos nesse blog a alternativa não farmacológica. O artigo da JRSM reconhece que há um conjunto crescente de evidências ligando a hipertensão a estilos de vida: alimentação inadequada, sedentarismo, excesso de peso, tabagismo e consumo excessivo de álcool, excesso de sal, consumo insuficiente de vegetais e frutas.


 Considera, portanto, mais efetivas para baixar a pressão arterial as intervenções educacionais que almejem incorporar mudanças de estilo, como filosofia para uma melhor qualidade de vida. Na base dessas mudanças estaria a melhoria nutricional e a prática de exercícios físicos.


As mudanças nessa linha serviriam a dois objetivos – a prevenção e ao controle. Oe seja, seguir esses estilos pode evitar o caminho da hipertensão e se ela já estiver instalada, pode ajudar abaixá-la. O artigo não advoga a eliminação dos tratamentos farmacológicos como forma de tratamento de quem já é hipertenso; advoga, sim, que os resultados dos tratamentos medicamentosos são muito auxiliados por mudanças no estilo de vida, podendo até reduzir a quantidade de medicamentos necessários para seu controle.


O artigo cita resultados de várias meta análises que acompanharam dezenas de milhares de pessoas durante uma a duas décadas, relacionando estilos de vida com pressão arterial. O consumo de alguns tipos de alimentos (carnes processadas, vinho e batatas) esteve diretamente correlacionado com índice de massa corporal, cintura abdominal e pressão mais alta, enquanto o consumo de outros (vegetais, frutas, iogurtes, ovos) esteve associado à pressão arterial mais baixa.


A dieta recomendada pela renomada clínica Mayo (DASH – Dietary Approaches do Stop Hipertension) inclui consumo alto de vegetais, frutas, fibras e laticínios de baixa gordura, e baixo consumo de carne vermelha e derivados. Assemelha-se à dieta mediterrânea, composta majoritariamente por: frutas, vegetais, legumes, castanhas, nozes, sementes, peixes, cereais, pão, leite, azeitonas e azeites – ricos em fibras, fenóis, flavonoides, isoflavonas, fitoesterois, ácidos de vegetais que são importantes ingredientes bioativos e contribuem para o metabolismo.


As almejadas mudanças no estilo de vida incluem manter peso saudável, não fumar, limitar a ingestão de álcool, aumentar a atividade física e seguir uma alimentação como a recomendada no DASH.

 

 

Fontes:

Journal of the Royal Society of Medicine Cardiovascular Disease, Jan 1, 2017

Beneficial effects of nonpharmacological interventions in the management of essential hypertension - Anastasios Vamvakis, Eugenia Gkaliagkousi, Areti Triantafyllou, Eleni Gavriilaki, Stella Douma, 2017 (sagepub.com) ou https://doi.org/10.1177/2048004016683891

 

Mayo Clinic, DASH diet: Healthy eating to lower your blood pressure

https://www.mayoclinic.org/healthy-lifestyle/nutrition-and-healthy-eating/in-depth/dash-diet/art-20048456

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